sábado, 10 de maio de 2008

Diário de Bordo

Maringá, 10 de Maio de 2008, véspera de feriado nacional. Me encontro a praticar a arte da "arrumação de malas", algo que, diga-se de passagem, tenho feito com bastante freqüência ultimamente. Há exatos três meses, me encontrava no mesmo quarto, em companhia de meus pais, só que praticava a arte inversa da "arrumação de guarda-roupas". Ainda assustado, aquele foi um dos dias mais complicados de meus dezessete anos de existência. Não devido a minha falta de prática em transportar copos de vidro, o que me custou um dedo levemente cortado, mas sim à mudança repentina de ambiente. No dia anterior, estava cercado de pessoas que eram personagens concretos diários, da minha rotina, pessoas que vinte e quatro horas depois, passavam de concretas à lembranças e fotografias de internet, separadas por alguns trezentos quilômetros. Me lembro de ter passado a viagem toda tentando amenizar a dor da saudade de casa, do colégio, dos amigos.. Era mais uma tentativa frustrada da minha razão sobre os meus sentimentos. Logo ao chegar, conheci a dona do meu pensionato, uma mulher que me aparentou ter passado por muitas e muitas experiências em sua vida e ter enfrentado vários obstáculos para chegar onde chegou, e posso dizer que não me enganei quanto a isso. Por mim, passavam várias pessoas diferentes, e em cada rosto, pude perceber que o mesmo conceito se aplicava a mim. Tenho vagas lembranças daquela tarde, já que estava demasiado atordoado com a nova situação ao meu redor. Meus pais voltaram para Marília no dia seguinte, me despedi deles no hall do hotel em que estavam hospedados. Chorei. Pude enfim, expelir toda a angustia e o sentimento de mudança acumulados desde o resultado do vestibular alguns dias atrás. Era o início da minha jornada universitária, a partir dali viriam os obstáculos a serem superados, o conceito de responsabilidade e juízo a serem usados sem cobrança de terceiros, os medos a serem enfrentados, e acima de tudo, a independência a ser conquistada. Três meses depois, me vejo praticamente adaptado à nova vida, novos contatos, relacionamentos, desejos, objetivos. A convivência com muitas pessoas (diferentes) me ensinou a pensar em comunidade, respeitar o próximo, dar mais ouvidos a quem tem mais experiência, aceitar que ideologias opostas podem se relacionar, e principalmente que nossas diferenças, independente do quão extremas sejam, não são motivos de isolamento, egoísmo ou incompatibilidade, ou são, depende de como se olha para elas e do quão preparados e dispostos estamos de realmente poder (ou tentar) compreendê-las. Vai de cada um, basta querer.. Agora, melhor voltar às malas, desembarcar em casa, matar a saudade de pais e amigos, mesmo que por poucos quatro dias. Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.


(Fred)

sábado, 5 de abril de 2008

Amém!

Jovens, compareçam aos cultos semanais da nossa igreja. A participação de vocês é livre, não precisa trazer nada, somente a sua fé, o seu carinho e mais 500 reais mensais que serão depositados na nossa continha de Jesus.

Além dos cultos, estamos programando para o próximo mês, a introdução de alguns cursos interessantes, nos quais, nosso projeto principal se intensificou, com a colaboração importantíssima de profissionais especializados em sociologia, que fizeram um estudo geral do comportamento da população de Marília nos últimos anos e formularam teorias que serão ensinadas no curso: “Insira-se nas modinhas temporais que dominam a cidade.” Sendo de grandiosa importância a nós, crentes no Senhor, pois no cenário atual da cidade, como podemos observar uma monstruosa quantidade de fanáticos religiosos, introduzimos no curso, aulas de: “Aprenda a usar o nome de Deus em vão.” E tudo isso, com um mínimo custo adicional de 800 reais mais algumas parcelas pequenas que serão definidas no momento da iniciação. Cultura religiosa praticamente de graça, não? Tudo por vocês, meus irmãos.

Aguardamos a presença e o dinheiro de vocês, vamos nos unir contra os males que intrigam nossa juventude, sejamos mais fortes que Satanás. Deus os abençoe!

(Fred)

quinta-feira, 20 de março de 2008

O efeito dominó

Os mercados ao redor do mundo estão preocupados com o setor imobiliário nos Estados Unidos, que atravessou um boom nos últimos anos. O medo principal é sobre a oferta de crédito disponível, já que, há algumas semanas, foi detectada uma alta inadimplência do segmento que engloba pessoas com histórico de inadimplência e que, por conseqüência, podem oferecer menos garantia de pagamento, é o chamado crédito "subprime" (de segunda linha). Justamente por causa do alto volume de dinheiro disponível ultimamente, o "subprime" foi um setor que ganhou força e cresceu muito. A atual crise, assim, é proporcional à sua expansão.

Como os empréstimos "subprime" embutem maior risco, eles têm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores, assim, ao comprar tais títulos das instituições que fizeram o primeiro empréstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente emprestado, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito).

No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais.

Veio a chamada crise de liquidez (retração do crédito) no sistema financeiro. Num mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular, quem possui recursos sobrando não empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça.

Para socorrer os mercados financeiros e garantir que eles tivessem dinheiro para emprestar, os principais bancos centrais do planeta intervieram e liberaram bilhões de dólares em recursos aos bancos. O medo é que com menos crédito disponível, caia o consumo e diminua o crescimento das economias.

Como a crise americana provoca aversão ao risco, os investidores em ações preferem sair das Bolsas, sujeitas à oscilações sempre, e aplicar em investimentos mais seguros. Além disso, os estrangeiros que aplicam em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papéis para cobrir perdas lá fora. Com muita gente querendo vender, ou seja, oferta elevada, os preços dos papéis caem.

E o nosso amigo presidente, teima em assegurar que o Brasil está cada vez menos vulnerável as oscilações da economia estadunidense. Ufa!

(Fred)

domingo, 2 de março de 2008

Queridos Amigos

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha e não nos deixa só, deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso."

Sentirei saudades..

(Fred)

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Bem-vindo à Marília!

Marília, município localizado no estado de São Paulo, 13ª maior cidade do interior paulista em número de habitantes.

Cidade consideravelmente pacata, onde tudo é de conhecimento de todos, algo que se diz “comum” em qualquer município interiorano. Aqui, encontra-se tribos diversas, do punk ao pagodeiro, absurdo distanciamento social, das socialites que se afiliam a alguma ONG aos andarilhos que se “multiplicam” a cada mês, panelinhas em diversas profissões, como o determinado grupo de “médicos confiáveis”, “advogados competentes” e “dentistas experientes”.

O “cool” do momento é o cidadão que se denomina “boleiro”. Aquele que sonha em ser jogador de futebol (clichê básico de brasileiro), tem o Ronaldinho Gaúcho como seu grande ídolo e adota o “jeito moleque de ser” como filosofia de vida. Tem também o “promoter do Luau da Medicina”, que se julga demasiado popular a ponto de anunciar a balada mais “cool” do ano, incluindo divulgação por orkut e msn. Esse é aquele sujeito que freqüenta (segundo ele) a academia mais badalada da cidade de 2 a 3 vezes por semana e exala popularidade e bons contatos. E, porque não, as gangues pré-adolescentes, que dependem de papai e mamãe para 90% das atividades básicas do dia-a-dia, mas “controlam” a cidade.

É de se impressionar ao ver as inúmeras Organizações não Governamentais existentes em Marília. Interessante, é a quantidade de socialites que pregam a “humildade” e o “desinteresse” por bens materiais, em entrevistas a jornais, revistas e televisão, e desfilam com seus carros importados diariamente, enquanto a quantidade de andarilhos vivendo em condição subumana tem crescido de modo grotesco.

O mercado de trabalho em Marília é totalmente diversificado e acolhedor. Mas o fundamental é o seu sobrenome. Médico? Dentista? Advogado? Filho de quem? Qual a sua equipe? Com quem você trabalha?

Ah Marília! Que orgulho, não?

(Fred)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Big Asshole Brasil


“Reality show da Rede Globo que teve a sua primeira edição realizada em 2002. É a versão brasileira do reality show Big Brother, que teve a sua primeira edição mundial realizada em 1999 na Holanda. O nome do programa deve-se à uma novela, escrita em 1949 por George Orwell, no qual o Big Brother (ou Grande Irmão como foi traduzido nas versões lusófonas do livro) é o líder que tudo vê. Líder este, que governa o mundo ocidental em um futuro fictício. Representado pela figura de um homem que provavelmente na trama não exista, vigia toda a população através das chamadas tele telas, manipulando a forma de pensar dos habitantes.”

O ser humano, desde os tempos mais remotos, vem adquirindo novas características em seu comportamento ou modo de pensar, devido à evolução. E isso, primeiramente se deve a capacidade de observação. Sem essa capacidade, não seria possível ao homem, sobreviver em meio às condições mais precárias ou até mesmo fazer descobertas que mudaram o rumo da própria evolução. Mas além da observação, ou até mesmo atrelada a ela, o homem aguçou a sua curiosidade.

A curiosidade é a capacidade natural e inata da inquiribilidade, evidente pela observação de muitas espécies animais, e no aspecto dos seres vivos que engendra a exploração, investigação e o aprendizado. Faz com que um ser explore o universo ao seu redor compilando novas informações às que já possui. Também se designa desse modo qualquer informação pitoresca. A curiosidade humana é o desejo do ser humano de ver ou conhecer algo até então desconhecido. Porém, quando se ultrapassa um limite pré-estabelecido pela ética social, como, por exemplo, a invasão de espaço alheio, pode ser reprimida.

Creio que a capacidade de observação e a curiosidade humana sejam os principais ingredientes para o absurdo sucesso dos reality shows no Brasil e no mundo. Atendo-me ao Brasil, confesso me impressionar com a fissura e alienação da maioria da população com esse programa. É difícil acreditar que a curiosidade e o compulsivo desejo pela vida alheia sejam capazes de tornar o ser humano tão obsessivo a ponto de dar mais atenção ao reality do que ao tele jornal, por exemplo.


Até quando nossos "instintos" ultrapassam a "razão" e nos tornam alienados a cultura inútil?

(Fred)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Igreja no Brasil - Um mal capitalista

Primeiro de tudo eu quero deixar bem claro minha imparcialidade e que não sou contra nenhuma religião e nenhum tipo de crença, eu também faço orações - não sei pra quem. Não quero ver ninguém me colocando numa fogueira amanhã.


De onde veio, homem ?
Adão e Eva colonizaram o mundo? Diga que sim e paro de escrever por aqui.
Igreja não explica tudo, e pra falar a verdade, é bem contraditória.
Tenho conhecimento que existem várias religiões, nem todas com o mesmo legado, mas em comum todas elas veneram um ''deus'', um estado maior.

'Ele existe, vai voltar, ja esteve por aqui'
Oooolha gente, isso não existe, queridos.
Se existe algum Deus, ele está na sua mente, e nisso sim acredito.

Não vou generalizar, mas acredita mesmo que o Bispo Edir Macedo tem tudo isso porque ele é um homem bom, religioso, que acredita em Deus ?
O dinheiro caiu do Céu, amigo ?

Eu sempre tive duas dúvidas, e quero que agora alguém por favor me responda.
Quem escreveu a Bíblia Sagrada?
Quem paga o salário dos padres, bispos, freiras e afins ? Como sobrevivem? Algum santo deposita dinheiro na conta deles - ironia ?



J.Victor